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terça-feira, 30 de abril de 2013

DO VÉU QUE VOCÊ AINDA NÃO VIU



Das cores que partilham o seu olhar,
No movimento sublime de ser
Cores balançam na esperança de viver,
Sempre sorrindo,
... A cada suspiro,
A cada desejo,
Das cores que amiga desejo,
Em teu rosto aparecer,
Mas que o castanho do teu véu,
É o arco de íris resplandecer,
Coloridos pensamentos te dizem sim
Coloridos ventos de fazem sentir,
Cabelos coloridos de tecido construídos,
Te dizem que vale a pena lutar,
Mesmo que seja de pano,
Mesmo que seja adorno,
Um véu não tirará,
O sorriso que te brota,
Depois de cada volta,
Que a vida te dá.
Essa cabeça como a lua nua,
Sempre será como ela cheia,
De vida, de esperança, de luz,
Guerreira Aparecida,
Guerreira Deibe de Jesus.

Ana Elizabete Barbosa.


sou sua fã amiga. parabéns pela coragem de ser e pela energia que transmite, muito obrigada por ser exemplo de vida, força e superação.
beijsssssss

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Eu Índia e a Cultura Que Transborda em Mim



Do pouco que descobri que sobre mim,
Esse bastão hei de carregar,
A vida dentro de mim,
Seu destino ganhará,
Guaracy grande estrela me ilumina,
Jaci aguarda pra chegar,
O nome da curuminha menina
Que nos igarapés veio banhar,
Aquela que Tupã em sabedoria deu a mim pra amar.
 Em terras de mãe yara,
Águas doces caudalosas,
Não invento eu histórias,
Conto lhes aquilo que ouvi,
Dos velhos afluentes,
No espaçador assovio,
Dos grandes espíritos que habitam aqui.
Mãe terra, mão que alimenta,
Irmãos que nunca conheci,
Que ainda dançam, pra chuva cair,
Que se pintam, pra lutar,
Que não se curvam a qualquer,
Que se negam a negar a sua raiz,
O eu que anda a pé, descalça,
Despida de qualquer força jeans,
 Eu como com a mão, Bejú,
Eu como de colher, angu,
Eu conservo quem sou,
Meu povo Fulniô, Caetés, kapinawa,
Tabaiares,Tabajaras,Xucurú,
Filhos da grande nação Tupinambá,
 Vim aqui pra cantar,
Respeite minha cultura,
Respeite quem eu sou,
Eu vivo pela minha fé,
Pra levantar minha bandeira,
Na grande roda do Toré,
Sou grande índia, sou guerreira,
Sou parte desse país,
Sou cidadã sou brasileira,
Eu quero é ser feliz.
Ana Elizabete Barbosa

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Santo de Roma, Pai de Aruanda


Que importa o meu nome,
ou como me apresento,
se sou de Roma ou de Aruanda,
Que importa filho meu,
Se me chamas Jorge, Antônio, Benedito ou Ogun,
Sou o mesmo guerreiro,
vencedor de demandas,
Que tira feitiçaria, que protege os filhos seus.
Que importa qual a cor da minha pele,
Se sou santo ou orixá,
Sou o mesmo que te guia,
Onde quer que você vá.

Eu andarei vestido com as armas de São Jorge,
para que meus inimigos tendo pés não me alcancem,
 tendo mãos não me peguem
 e nem com os seus pensamentos
eles possam me fazer mal.

Ana Elizabete Barbosa

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Como nasceram as estrelas



BORORÓS CURUMINS LEVADOS  
TODO MILHO DA ALDEIA COLHERAM E PARA SI
QUIZERAM BOLO DAS MÃOS DA VELHA INDIA
 O COMERAM TODO SEM IMPORTAR-SE COM NINGUÉM
O PAPAGAIO TUDO AS SUAS MÃES CONTOU 
A VELHA ÍNDIA OS CASTIGOU

AH! PAPAGAIO VAIS PAGAR,
SEM TUA LÍNGUA NÃO NOS PODE ENTREGAR
E TUPÃ MUITO TRISTE ASSIM FICOU
MAS POR AMOR AOS BORORÓS OS PERDOOU
MAS ELES NÃO TINHAM JEITO NÃO
PARA CASTIGAREM SUAS MÃES RESOLVERAM FUGIR
NO BICO DO BEIJA FLOR RESOLVERAM AO CÉU SUBIR
PEGARAM VÁRIOS CIPÓS E ASSIM AMARRARAM

SEM IMPORTAR SE COM OS PRANTOS DAS MÃES
QUE CHAMANDO-OS DE VOLTA CHORAVAM
QUANDO CANSARAM DE NO CÉU BRINCAR
PARA CASA RESOLVERAM VOLTAR

MAS TUPÃ LHES CASTIGOU E PELA DESOBEDIENCIA
CADA UM PAGOU
 FICARIAM AS SEM MÃES
SEM AQUELAS QUE OS CRIOU

FORAM CASTIGADOS A VIVER SOLITÁRIOS NO CÉU
 SÓ A NOITE PODERIAM VOLTAR PARA VÊ-LAS
E ASSIM NASCERAM AS ESTRELAS

LENDA INDÍGENA CONTADA PELA PROFESSORA:   ANA ELIZABETE BARBOSA  em  2011

Acácia Amarela



SE EXISTE ALGO NESSA TERRA
MAIS ILUMINADO QUE O SORRISO DELA,
SÓ O ASTRO REI QUE AQUECE A NOSSA ESFERA

SE EXISTE ALGO MAIOR QUE A FALTA QUE SINTO
SÓ AS CURVAS DESSE MUNDO ETERNO LABIRINTO
...
 SE EXISTE ALGO MAIOR QUE O AMOR QUE TENHO POR ELA
SÓ ESSA BOLA QUE CHAMAMOS DE TERRA.
 

TE ARRANCAR SORRISOS, GARGALHADAS E AFINS,
PRA TE FAZER MIMOS, TE DAR CARINHOS E DIZER ASSIM
 

ACACIA  AMARELA,
 FLOR MAIS QUE BELA QUE DEUS COLOCOU NO  MEU JARDIM

SEJA EM TELA OU  PAPEL
SEJA EM VERSO OU MELODIA

CANTAR VOCÊ É A MINHA MAIOR ALEGRIA.

 

ANA ELIZABETE BARBOSA

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A Lua do Guerreiro


Então aconteceu assim:

 A lua fugiu do céu
para encontrar mar,
não viu a grande batalha acontecer,

 Ela a menina tão grande tão cheia,
... com esse brilho espetacular,
não mais iluminava o céu mas iluminava também o mar,
 
São Jorge não gostando dessa condição,
 levantou se e em seu cavalo e foi buscar
aquela que deveria estar no alto
não poderá imersa ficar,

 Resgatou então o guerreiro e a guardou segura,
nos olhos dos seus filhos,
que carregam esse brilho
e jamais deixa apagar,

Quem nessas noites se prestar a ver,
em seu rosto vai encontrar
a lua de São Jorge
a lua que ele quiz guardar,
bem dentro dos teus olhos,
não tão longe do mar



Ana Elizabete Barbos

segunda-feira, 8 de abril de 2013

A Filha do Rio e do Mar




Brincante menina na beira do rio,

Tão linda de se admirar,

Passava seus dias correndo,

Trelando encontrando o mar.


O sol que olhava a menina,

Por ela se apaixonou,

Levou para as nuvens sorrindo

Aquela a quem dava amor,


Porém de saudade a bela,

Um dia a terra quis vir,

O sol ciumento não deixa,

Por medo de ela partir,


A triste menina tão presa,

Não pode das nuvens descer,

Oh Chuva que escrava represa,

Aos teus olhos menina sorri,

Entre lágrimas forçado orvalho,

Quando o sol está a dormir,

Visita a terra menina,

Mas logo precisa voltar,

O sol que acorda tão cedo,

Logo vai nos castigar,


A fuga da bela que presa,

Prometeu para sempre ficar,

Pede clemencia ao rei,

Para sua terra molhar,

Um dia oh chuva menina

Virás a terra beijar,

Clemencia ao astro rei,

Que ele possa te libertar,


Era ela a mais bela menina,

Filha de oxum filha do mar,

Menina de corpo d´agua

Quem os teus olhos enxagua,

Não pode teu pranto secar.

Ana Elizabete Barbosa

Moenda de Branco, Suor de Preto



minha vida presente me recorda dores que nunca senti,
dores que tenho marcada em minhas costas,
lembranças de uma mãe que nunca viu seus filhos,
 que nunca conhecerá a dor de vê-los partir,
preto onde está o teu lamento também urde a tua voz em nossos sonhos de liberdade vigiada,
sem moendas e sem senhores.
Quantos pretos sentados,
 quantos calos feitos,
 quantas mãos abertas,
quantos sonhos desfeitos
a lembrança da dor ao moer a cana
e o ardor da pinga na gente.


Calejados meus braços não aguentaram a dor,
nesse fosso caí,
mãe preta!!!!!!!!!!!
eu renasci,
eu voltei pro mato,
nesse tempo exato eu estou aqui

moe a cana meus sonhos de liberdade,
 se vão os sonhos com a pinga que arte ardente em meu coração

Afiadas fossas moem a àgua e dão vida a moenda,
os braços dos pretos ainda cantam,
a voz que cala pra não deixar o Senhor ouvir o lamento da labuta,
o peito que encanta e a dança de quem canta pra seus males esquecer.

Moenda de cana,
moe as minhas calejadas mãos,
 suores e dores o cheiro da indecisão,
cheiro de carne e de feijão,
que vem de ´lá,
da janela da preta que cozinha,
da ama que alimenta a sinhazinha,
na casa onde nunca vivi,
onde não podia entrar,
negro não entra aqui.

Casa grande não pode esquecer,
da janela o olhar o olhar do senhor sobre o preto,
que suado lhe dava o sustento,
se eu pudesse meu pai Oxalá,
pedia a todos os orixás,
que me levassem de volta pra mãe Africa,
mãe preta me abraça,
levanta teu filho,
aninha esse preto que não sabe mais chorar.

Ana Elizabete Barbosa

Recife Noturno de Acacias, Pontes e Águas


Vista do alto do Marco Zero,
o brilho dos peixes a trilhar,
contra a maré,
esvoaçando os cabelos de Iemanjá,
Três pássaros brincavam naquela imensidão,
brilhantes não pareciam ser de lá,
bagunçaram ainda mais os meus pensamentos,
 desaquietavam o Recife dos namorados,
bagunçavam as estrelas que eles se perdiam,
O Recife estava diferente,
na ponta do lápis desfez o seu desenho,
o encantamento se confundia,
com a música da Iara,
Oxum do outro lado só olhava,
as lágrimas dos olhos de sua filha,
que com o Capibaribe se confundia.
Ela que alí estava a iluminar
com sorrisos e Acacias,
o olhar de quem lhe queria,
mas o pássaro já não estava,
o Capibaribe se confundia,
O Capiba das meninas,
das águas que começavam a chegar,
barrentas, coloridas, verdejantes
atravessando as pontes com seus viajantes.


Na cia das estrelas,
com a ausência da lua,
que teimou se esconder,
veio o Capibaribe,
desfilar as acacias que mesmo vermelhas me fizeram saber,
quem dera fossem amarelas pra Oxum eu presentear,
quem dera fossem brancas para dar Iemanjá,
duas brincantes meninas,
na beira da ponte bonito de ver,
do lado do rio Oxum,
do lado do mar a destemida Iara,
conversavam em um encontro mágico,
vendo o catamarã passar,
alí bem no centro do Recife,
onde o Capibaribe encontra o mar.
 Ana Elizabete Barbosa

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Lua de São Jorge



Lua tu que cheia,
Lua de São Jorge que pela noite vagueia
Lua tu que andas pela rua
Sabe onde andam todos que te fitam tão bonita

Diz me oh lua
Onde anda meu amor,
Que faz de ti a sua guarita,

Ai tu lua que guarda meu amorzinho em teu olhar
Que como tu gosta da noite e vive a vagar

Ele que te brinda com o açoite de sua voz
Que vem até tu quando chegas
Daquela varanda te faz versos,
Com o violão te canta e te diz o inverso
Lua que te chama que me diz o que fazer

Quando despede te faceira,
Tu que encantas meu amor
Diz lua a mim onde ele está
Mas diz baixinho lua pra ele não escutar

Lua testemunha desse amor,
Lua que guarda solitária a minha dor,
Lua que guarda o olhar do meu bem
Na espada de São Jorge Guerreiro
Vela por mim e pelo que amo,
Guarda meu segredo
Lua de Sâo Jorge que cheia guarda todos os meus medos
Guarda essa saudade
Que só de maldade
Veio ao meu peito se guardar
Perto do teu céu
Refletida no mar

Ana Elizabete Barbosa

TEU NOME / AO MESMO NOME


O TEU NOME

O teu nome cor magenta
Arde mais para quem não experimenta
Queima os timpanos de quem não ouviu

O teu nome água barrenta
Faz morrer de sede quem não não aguenta
Molha os olhos de quem não te sentiu

O teu nome Pimenta vermelha
Ao fogo te assemelha
Faz doer quem não feriu

Poderia ser Silva,
Também ser Souza
Ser Pereira viva,
Ou Ferreira de outra

Se Pontes de Carvalho
Ou Costa de marfim
Teu nome amor,´
É vermelho Carmim


A ESSE MESMO NOME

A esse mesmo nome
Faço praças
Rindo Graças
Tomo pra mim

A esse mesmo nome
Ergo Pontes
Faço Fontes
Toco Flautim,

A esse mesmo nome
Boto banca
Caio tonta
Por teu nome meu amor
Por teu nome cor de flor

Por teu nome planto galhos
Faço versos, quadras e rosas,
Cartas nos perfumes que te dou,

Teu nome poema que eu amo
verso que recito sem dor
ardente aquarela em corpo tatuado
música que danço no ritmo de sonho
sonho que tenho, 
sonho que julgo
teu lindo nome que bem poderia ser Hugo

Ser Pimenta que assim escolhi um dia
Quem dera ser amada pela tua poesia
pelo jardim do teu calor
pelo fogo que vejo nos teus olhos
nas ramas do teu amor 

Nas folhas que te falo brancas,
Nas amarelas pétalas da sua cor
Teu nome é mais alguma rosa
Que simplismente poderia ser Barbosa
para que não me julguem se te beijar
irmão, amigo, amante que será...
que tanto o meu corpo tanto atenta
teu nome  minha pimenta


Ana Elizabete Barbosa

MEU EU TÃO SEU



Farei de pedras castelos  na areia
De cascalhos ruas no mar
Com folhas vou fazer tuas vestes,
De vento nosso lençol fiar

Vestir de natureza
Impor tal seja beleza
Que por ser assim refeita

Cobrirá de sol teu corpo
De chuva tuas falas
Tecer de dia teus cabelos
De noite teus castanhos olhos

Fazer de mel teu abraço
Por ser tão doce que te acho
Do teu lado me embaraço

Ana Elizabete Filha

Lágrimas em Recife



Chovia em Recife
Na tarde que partisse
Junto com as nuvens
O vento  me invadia
Naquela tarde em Recife
Apenas meu peito chovia

Lembrava teu pedido
Sem me querer perder
Lembrava me também
Teu olhar nebuloso, escuro,
Não queria pois me ver.

Chorava meu coração,
A vista escurecia
Tremiam as minhas mãos
Quando te dei  o último beijo
Lembrava de ti, da emoção
Das lágrimas que derramei,
E assim como chorava o céu de Recife
Eu também chorei.

Ana Elizabete Barbosa