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domingo, 17 de junho de 2012

Contradições

E os homens não compreendem o que eu quero,
o mundo não sabe quem eu sou,
E as pessoas se desesperam,
E não entendem como a natureza pode parir um mundo tão grande,
E dele cuidar com tanta dedicação,
Deus é tão perfeito que criou tudo assim,
Povos, tribos, nações,
diferentemente apaixonados por ele e pelas suas criações,
E eu que encontrei nesse meio,
Num pedacinho da imensidão,
Lá estava sorrindo,
Tu, que me completa,
Tu, que me preenche,
Que me transborda,
Que me faz perder a linha,
Das coisas que nem sei,
Nas contradições que vivo,
Guerreando comigo,
Nos sonhos que embalo,
Desde que te conheci,
Ana Elizabete Barbosa.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

A vida do barro





No teu domínio o barro,
Aos nossos olhos, vida.
Imóvel, mas não inerte,
Enrolados traços que mancham as paredes,
No templo da vida,
Na academia,
Nos campos, capelas,
cada escultura,
Na sensibilidade do artista o lápis,
A aquarela no papel, na tela, na madeira,
No barro, na pedra, na terra, no céu,
Tuas musas meninas,
Mulheres despidas,
Pintadas, esculpidas,
Suzana, Alice, Chapéu,
A sombra do homem que pinta,
Do homem que dá a vida,
Ao hoje no ontem pelo amanhã,
A vida barro, vida de pedra,
Nas mãos de Francisco Brennand.
Ana Elizabete Barbosa

domingo, 10 de junho de 2012

Do meu pouco português



DESCULPE ME O PRESENTE,
APOSTO QUE QUEREM QUE EU REPRESENTE,
NÃO TENHO POIS TOLERÂNCIA, DE ESTE MAL LHE FAZER,
NÃO TENHO ANTES, PORÉM O DIREITO,
DE AGRADAR PARA ME DEFENDER.

BEIJAR AS BOCAS ALHEIAS,
DEITAR ME TODA NUA,
ENTREGAR-ME AOS DESEJOS E AO PRAZER,
SERIA UM PREDICADO BEM ESTUDADO,
DE UMA DISSERTAÇÃO  MAL DIRIGIDA,

ESTARIA ERRADA COM A SINTÁXE, TAMBÉM COM A ANÁLISE,
DESENCONTRADA DO FUTURO, PERDIDA NO INTRANSITIVO,
DISSOCIADA DA RAZÃO, DOS POUCOS ADVÉRBIOS QUE ATURO,
EIS QUE O SUJEITO DESSA ORAÇÃO
É  O VOCATIVO QUE AINDA ME TEM DADO,
O DIREITO DE CONJUGAR O VERBO AMAR,
AINDA QUE SEJA NO PASSADO.

ANA ELIZABETE BARBOSA

sábado, 9 de junho de 2012

Desilusão

Eu só quero um porre de tristeza,
quero me embriagar nas besteiras que penso e digo,
quero preocupar-me com a falta que me faço,
para lembrar que o dia amanhece e eu estarei aqui,
para encarar o que vier depois,
seja qual for a cor do seu arco iris eu não quero chegar ao final dele me procurando,
se eu me perder no seu caminho,
não me procure,
eu não estarei aqui.

Ana Elizabete Barbosa

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Tela de saudade



Para desenhar-te amado meu,
Peço a cor do adeus,
Tenho medo de ver te sombra,
Depois de aquarela pronta.

Para desenhar-te meu querido,
Peço o pincel do grito,
Para quando o brilho do meu olhar ecoar,
Não me escute o sono do amigo.
`
Para desenhar-te desejo de minh´alma
Peço a tela da calma,
Pois quando para sempre te fores,
Restaria cor, cor de amores.

Para desenhar-te amigo,
Que antes fora amado,
Querido meu, tão desejado,
Hoje és apenas sentido.

Para desenhar-te meu amado,
Pego a tinta da saudade,
A tela do infinito,
O pincel do grito.

Ana Elizabete Barbosa

Cravo e Canela

 

  Menina bonita da pele canela,
   Incomparável sorriso é esse o dela,
   Cabelos malcriados ao redor das maças,
   Há nessa menina algo que ela não vê,
   Encantadora, doce, isso sabe ser,
   Linda flor morena que encanta dia e noite,
   Ela quer encontrar,
   No espelho, menina,
   É no espelho que essa linda flor morena está.

   Ana Elizabete Barbosa,
   Luz pra você

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Perdão





Esperava cansada no portão,
Enquanto falavas das coisas que não fiz.
O jogo de palavras me magoava
Provocava, sangrava em mim
Eu pedi, implorei, supliquei o teu amor

Quando falaste que me perdoava,
Chorei por aceitar seu perdão,
Perdão pelo que não fiz,
Chorei porque feri o meu orgulho

Ora mais que orgulho ?
Não tenho mais

Chorando agradeci o teu gesto,
Pois me consolaria mais a tua rudez
Que a perda do sentimento de amor,
 que você não me dava.

Ana Elizabete Barbosa

Ciranda em Olinda



Lá está a ciranda,
Meu amor venha ver,
Você vem pra ver ciranda,
E eu venho pra te ver,

Você vem com a morena,
Sozinha pra dança eu vou,
Na roda o teu olhar me acena,
Quando o meu olhar encontrou.

Balança ciranda em Olinda,
Na morena causa ciúme,
Gira a música mais linda,
Confunde com o cheiro do mar o teu perfume.

Cirandá, cirandê,
Encontrei você,
Finda-se a ciranda, ela te abraça e sai,
Cirandá, cirandê,
No meio da roda vejo quando olhas para tráz.

Cirandê, cirandá,
Assim como a onda, espero você voltar,
vamos dar meia volta, volta e meia pra ficar,
Deixa a morena ir embora,
Ciranda comigo agora,
Sei que também queres dançar.

Ana Elizabete Barbosa